Definição e Características Principais
Conceito de redação dissertativa
A redação dissertativa é um gênero textual que tem como principal objetivo expor e defender ideias de maneira lógica e estruturada. Esse tipo de texto é amplamente utilizado em avaliações escolares, vestibulares e concursos, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), devido à sua capacidade de avaliar competências argumentativas e o domínio da escrita formal.
Em uma redação dissertativa, o autor apresenta um tema central e desenvolve sua posição sobre ele, embasando-a com argumentos sólidos e dados que reforcem seu ponto de vista. Coerência e clareza são fundamentais, uma vez que o texto deve guiar o leitor através de ideias organizadas em uma sequência lógica.
Objetivos da dissertação
O principal objetivo de uma redação dissertativa é convencer o leitor sobre determinado ponto de vista ou apresentar uma reflexão aprofundada sobre um tema relevante. Para isso, é necessário que o autor se baseie em fatos, dados, e exemplos que validem suas ideias, demonstrando um pensamento crítico e bem embasado.
Além disso, a dissertação busca avaliar a capacidade do autor de articular introdução, desenvolvimento e conclusão de maneira harmoniosa. Cada parte tem um papel essencial: a introdução apresenta o tema e a tese; o desenvolvimento aprofunda os argumentos; e a conclusão reforça a ideia central, frequentemente propondo soluções ou reflexões adicionais.
Diferenças entre dissertação e outros tipos de texto
Embora existam diversos gêneros textuais, a redação dissertativa possui características próprias que a diferenciam de outros tipos de texto. Por exemplo, enquanto uma narração se concentra em contar uma história com início, meio e fim, a dissertação foca na exposição de ideias e argumentos.
Outro contraste é com os textos descritivos, que têm o propósito de detalhar características de pessoas, lugares ou objetos, sem necessariamente defender um ponto de vista. Já a dissertação exige um posicionamento claro e uma estrutura argumentativa sólida. Diferente ainda dos textos injuntivos, que dão instruções ao leitor, como receitas ou manuais, a redação dissertativa promove o pensamento crítico e a reflexão.
Estrutura Básica da Redação Dissertativa
Introdução: apresentação do tema e tese
A introdução em uma redação dissertativa é o ponto de partida para o desenvolvimento das ideias. Nessa seção, o autor apresenta o tema central da redação, contextualizando-o de forma clara e objetiva. Além disso, é essencial expor a tese, que corresponde à posição ou opinião do autor sobre o tema abordado. Uma introdução bem estruturada deve captar a atenção do leitor e estabelecer as bases para a argumentação que será desenvolvida nos parágrafos seguintes.
É importante que a introdução seja breve e direta, sem entrar em detalhes que pertencem ao desenvolvimento. Ela deve apresentar conectores textuais que facilitem a transição para os argumentos, garantindo a fluidez do texto. No modelo ENEM, por exemplo, a introdução é uma oportunidade para indicar o problema a ser discutido, contextualizando-o socialmente ou historicamente.
Desenvolvimento: argumentação e exemplos
O desenvolvimento é a parte mais extensa da redação dissertativa, onde os argumentos principais são apresentados e aprofundados. Aqui, o autor deve sustentar sua tese utilizando dados concretos, exemplos relevantes, citações, ou até mesmo fatos históricos. O objetivo é construir uma argumentação lógica e convincente, sempre conectando os pontos de forma coesa.
Cada parágrafo do desenvolvimento deve tratar de um argumento específico, explorando-o com clareza. No caso do modelo ENEM, é comum apresentar dois ou três argumentos principais, cada um abordado em um parágrafo. Estratégias argumentativas, como causa e consequência ou comparação, podem ser usadas para enriquecer o texto e torná-lo mais persuasivo.
Conclusão: síntese e propostas
A conclusão é a última etapa da redação dissertativa, e sua função é retomar a tese apresentada na introdução e sintetizar os argumentos explorados no desenvolvimento. No entanto, ela não deve apenas repetir o que foi dito anteriormente, mas sim fechar o texto de forma marcante, reforçando a ideia central.
No caso do modelo ENEM, é obrigatório apresentar uma proposta de intervenção. Essa proposta deve indicar uma solução para o problema discutido, respeitando os direitos humanos e detalhando os agentes responsáveis pela implementação da ideia. A conclusão, portanto, não apenas encerra a redação, mas também evidencia a capacidade do autor de propor soluções criativas e viáveis.
Tipos de Redação Dissertativa
Dissertação expositiva
A dissertação expositiva é um tipo de redação dissertativa que tem como objetivo principal informar o leitor sobre determinado tema, sem a necessidade de defender um ponto de vista. Esse modelo se concentra na apresentação de fatos e dados, de maneira imparcial, para esclarecer ou educar sobre o assunto tratado.
Exemplos comuns de dissertações expositivas incluem textos acadêmicos, artigos informativos e relatórios técnicos. Embora não exijam posicionamento pessoal, é fundamental que sejam estruturados de forma clara e baseados em informações confiáveis.
Dissertação argumentativa
A dissertação argumentativa, por outro lado, tem como foco defender um ponto de vista sobre o tema em questão. Diferentemente da exposição imparcial, aqui o autor deve construir uma argumentação consistente, utilizando evidências e raciocínio lógico para convencer o leitor.
Esse tipo de dissertação é muito comum em vestibulares e concursos, pois avalia habilidades como pensamento crítico, organização de ideias e domínio da linguagem formal. Para obter sucesso, o autor deve combinar dados concretos, exemplos reais e argumentos sólidos que reforcem sua tese.
Dissertação-argumentativa (modelo ENEM)
A dissertação-argumentativa, exigida no ENEM, é um modelo híbrido que combina elementos expositivos e argumentativos. Nesse formato, o autor deve apresentar o tema, defender uma tese e propor uma intervenção social para o problema discutido. É importante que o texto demonstre coerência e coesão do início ao fim.
No ENEM, a proposta de intervenção é um dos diferenciais mais importantes, pois avalia a capacidade do autor de propor soluções práticas e inovadoras para questões sociais, culturais ou ambientais. Para alcançar uma nota alta, é essencial que a intervenção seja detalhada, indicando o como, o quem, e o por quê da ação proposta, sempre respeitando os direitos humanos.
Elementos Fundamentais
Tese clara e bem definida
A tese é o coração de qualquer redação dissertativa. Trata-se da ideia central que o autor deseja defender ao longo do texto. Para que uma redação seja bem-sucedida, é essencial que a tese seja clara e bem definida, sem deixar margem para dúvidas ou ambiguidades. Uma tese mal formulada pode comprometer toda a estrutura do texto, já que ela serve como guia para os argumentos e para a conclusão.
Uma boa tese deve ser apresentada logo na introdução, de forma objetiva, e deve refletir a posição do autor em relação ao tema proposto. No modelo ENEM, por exemplo, é crucial que a tese dialogue diretamente com o problema social indicado no tema e que ela se mantenha consistente ao longo do texto.
Argumentos consistentes
Os argumentos são a base para sustentar a tese e convencer o leitor. É fundamental que eles sejam consistentes e bem embasados, utilizando dados concretos, exemplos reais e fatos relevantes que demonstrem a validade da tese defendida. Argumentos fracos ou genéricos podem enfraquecer a redação, tornando-a pouco persuasiva.
Para construir uma argumentação sólida, o autor deve explorar diferentes estratégias argumentativas, como apresentar causas e consequências, fazer comparações ou trazer dados estatísticos. Além disso, é importante garantir que os argumentos estejam organizados de forma lógica, com transições claras entre os parágrafos.
Coesão e coerência textual
A coesão e a coerência textual são indispensáveis para que a redação dissertativa seja bem estruturada e fácil de compreender. A coesão se refere ao uso de conectores textuais, como “portanto”, “além disso” e “por outro lado”, para criar ligações entre as ideias, enquanto a coerência garante que o texto tenha um sentido lógico e respeite a progressão dos argumentos.
Sem esses elementos, o texto pode parecer confuso e desorganizado. Para garantir a qualidade textual, é essencial revisar a redação para verificar se todas as ideias estão bem articuladas e se há uma relação direta entre a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Linguagem e Estilo
Uso da norma culta
O uso da norma culta da língua portuguesa é uma exigência em redações dissertativas, especialmente em contextos acadêmicos e em provas como o ENEM. Isso significa que o autor deve evitar gírias, expressões coloquiais e erros gramaticais, adotando uma linguagem formal e precisa.
Demonstrar domínio da norma culta vai além de simplesmente evitar erros; trata-se de utilizar recursos linguísticos que tornem o texto mais rico e bem elaborado. Um vocabulário diversificado e a construção de frases complexas, mas claras, contribuem para que o texto tenha maior credibilidade e sofisticação.
Objetividade e impessoalidade
A objetividade e a impessoalidade são características essenciais de uma redação dissertativa. O autor deve focar no tema e nos argumentos, evitando opiniões pessoais que não estejam embasadas em fatos ou evidências. Frases como “eu acho” ou “na minha opinião” devem ser substituídas por afirmações fundamentadas.
A impessoalidade também envolve o uso de uma linguagem neutra, sem apelos emocionais ou subjetivos. Em vez de “é um problema muito triste”, o autor pode optar por “trata-se de um problema de grande impacto social”. Isso garante um tom mais profissional e alinhado ao propósito da dissertação.
Clareza e concisão
Por fim, a clareza e a concisão são indispensáveis para que o texto atinja seu objetivo de comunicar ideias de forma eficaz. Um texto claro utiliza frases diretas e bem estruturadas, enquanto a concisão elimina informações desnecessárias, focando apenas no essencial para sustentar os argumentos.
Para alcançar essas qualidades, é importante evitar repetições, rodeios e palavras vagas. A leitura deve fluir de maneira natural, sem exigir que o leitor releia trechos para entender o que foi escrito. Um texto claro e conciso demonstra a capacidade do autor de organizar e expressar ideias de maneira objetiva, aumentando as chances de uma boa avaliação.
Técnicas de Argumentação
Tipos de argumentos (autoridade, exemplificação, causa e efeito)
Os tipos de argumentos utilizados em uma redação dissertativa desempenham um papel crucial na construção de uma argumentação sólida e persuasiva. O argumento de autoridade, por exemplo, consiste em citar especialistas ou fontes confiáveis para reforçar a validade da tese. Esse recurso demonstra que a ideia defendida está embasada em conhecimento reconhecido, aumentando a credibilidade do texto.
Outro tipo comum é o argumento por exemplificação, que utiliza casos concretos ou situações reais para ilustrar o ponto de vista apresentado. Já o argumento de causa e efeito explora a relação entre fatores que geram consequências, sendo especialmente eficaz para explicar problemas sociais ou propor soluções no contexto de uma redação do ENEM.
Contra-argumentação
A contra-argumentação é uma estratégia importante que consiste em reconhecer e refutar possíveis objeções ao ponto de vista defendido. Ao incluir contra-argumentos no texto, o autor demonstra maturidade intelectual e domínio do tema, mostrando que é capaz de antecipar críticas e responder a elas com argumentos sólidos.
Para ser eficaz, a contra-argumentação deve ser bem estruturada, apresentando primeiro o ponto contrário de forma respeitosa e, em seguida, refutando-o com dados, exemplos ou lógica. Esse recurso é especialmente relevante em redações dissertativo-argumentativas, pois evidencia a capacidade do autor de debater ideias de maneira equilibrada e fundamentada.
Uso de dados e estatísticas
O uso de dados e estatísticas é uma poderosa ferramenta para fundamentar argumentos em uma redação dissertativa. Informações quantitativas, como números e porcentagens, fornecem uma base concreta que torna o texto mais objetivo e convincente. Esses elementos são particularmente úteis em temas relacionados a questões sociais, econômicas ou ambientais.
Porém, é essencial que os dados sejam relevantes e confiáveis, provenientes de fontes respeitadas, como instituições de pesquisa ou órgãos governamentais. Além disso, o autor deve integrar essas informações ao texto de forma fluida, explicando seu significado e conectando-as à tese defendida.
Desenvolvimento do Raciocínio Lógico
Progressão das ideias
A progressão das ideias é um aspecto fundamental para garantir a clareza e a coerência de uma redação dissertativa. Cada parágrafo deve se conectar logicamente ao anterior, criando uma narrativa linear e fluida. Para isso, é importante utilizar conectores textuais, como “além disso”, “consequentemente” e “por outro lado”, que ajudam a organizar o texto.
Uma boa progressão evita repetições e garante que o leitor consiga acompanhar o raciocínio do autor sem dificuldades. No modelo ENEM, por exemplo, é recomendável que os parágrafos do desenvolvimento apresentem argumentos em ordem de importância ou que explorem diferentes aspectos do tema.
Relações de causa e consequência
As relações de causa e consequência são amplamente utilizadas em redações dissertativas para explicar como certos fatores levam a determinados resultados. Esse tipo de abordagem permite que o autor mostre o impacto de um problema ou justifique a necessidade de uma solução. Por exemplo, ao discutir um tema como a educação, pode-se argumentar que a falta de investimentos públicos causa a precarização do ensino, o que consequentemente compromete o futuro dos jovens.
Para utilizar essa estratégia de forma eficaz, é importante apresentar causas e consequências claras, fundamentadas em dados, exemplos ou lógica. Isso não apenas enriquece o texto, mas também demonstra a capacidade do autor de analisar o tema de forma abrangente.
Construção de premissas e conclusões
A construção de premissas e conclusões é uma técnica essencial para sustentar a tese de forma lógica. As premissas são os fundamentos iniciais, ou seja, as afirmações ou fatos utilizados como base para os argumentos. Já as conclusões derivam diretamente dessas premissas, sendo o resultado lógico da argumentação apresentada.
Por exemplo, em uma redação sobre sustentabilidade, uma premissa pode ser: “O desmatamento aumenta as emissões de gases de efeito estufa.” A conclusão, então, seria: “Portanto, políticas de preservação florestal são essenciais para combater as mudanças climáticas.” Essa abordagem torna o texto coerente e persuasivo, evidenciando o domínio do autor sobre a estrutura argumentativa.
Abordagem de Temas Contemporâneos
Análise crítica de questões sociais
A análise crítica de questões sociais é uma característica essencial em uma redação dissertativa, especialmente no contexto do ENEM. Essa habilidade permite ao autor refletir sobre problemas que afetam a sociedade, como desigualdade, educação ou saúde, propondo soluções fundamentadas. Para isso, é necessário abordar o tema com profundidade, identificando as causas e consequências do problema em questão.
Uma boa análise crítica vai além de apontar problemas; ela envolve avaliar as implicações sociais, culturais e econômicas e sugerir caminhos para resolvê-los. Além disso, demonstra a capacidade do autor de compreender as complexidades do tema e apresentar um ponto de vista embasado e relevante.
Interdisciplinaridade na argumentação
A interdisciplinaridade enriquece a argumentação ao integrar conhecimentos de diferentes áreas do saber. Em uma redação dissertativa, isso significa utilizar conceitos de disciplinas como história, sociologia, filosofia, biologia ou geografia para embasar os argumentos. Essa abordagem amplia a profundidade do texto e demonstra o domínio do autor sobre o tema.
Por exemplo, ao discutir problemas ambientais, é possível relacionar dados científicos sobre mudanças climáticas com análises históricas sobre o impacto da Revolução Industrial. Essa conexão entre áreas do conhecimento torna a argumentação mais robusta e demonstra que o autor possui uma visão ampla e crítica do tema.
Contextualização histórica e cultural
A contextualização histórica e cultural é uma ferramenta valiosa para situar o tema da redação em um cenário mais amplo. Referências a eventos históricos ou a aspectos culturais ajudam a explicar a origem e o desenvolvimento de problemas sociais, oferecendo uma base sólida para a argumentação.
Por exemplo, ao escrever sobre desigualdade de gênero, o autor pode mencionar movimentos históricos, como o sufragismo, ou destacar aspectos culturais que perpetuam esse problema. Essa prática não apenas fortalece os argumentos, mas também demonstra a capacidade de relacionar o tema ao contexto em que ele está inserido.
Critérios de Avaliação
Adequação ao tema e à tipologia textual
A adequação ao tema é uma das competências mais importantes em uma redação dissertativa. O autor deve garantir que suas ideias estejam alinhadas ao que foi solicitado, evitando tangenciar ou fugir do tema. Isso envolve compreender a proposta de redação e planejar o texto com base nos elementos centrais do enunciado.
Além disso, é fundamental respeitar a tipologia textual, ou seja, seguir as características próprias da dissertação. Isso inclui a organização em introdução, desenvolvimento e conclusão, o uso de argumentos bem fundamentados e a manutenção de uma postura impessoal e objetiva.
Domínio da norma padrão
O domínio da norma padrão da língua portuguesa é indispensável para alcançar uma boa nota em uma redação dissertativa. Isso inclui não apenas evitar erros gramaticais, mas também utilizar recursos linguísticos que demonstrem clareza, sofisticação e variedade de vocabulário.
Além disso, é importante adaptar a linguagem ao contexto formal, evitando gírias, expressões coloquiais ou termos inadequados. Demonstrar fluência na norma padrão não apenas evidencia o preparo do autor, mas também confere maior credibilidade ao texto.
Seleção e organização de informações
A seleção e organização de informações são etapas fundamentais para construir uma redação dissertativa coesa e coerente. O autor deve escolher dados, exemplos e argumentos que sejam relevantes ao tema e organizá-los de forma lógica e estruturada. Isso garante que o texto seja claro e fácil de compreender.
Uma boa prática é planejar o texto antes de escrevê-lo, definindo quais argumentos serão apresentados em cada parágrafo. Essa estratégia ajuda a evitar repetições ou informações dispersas, contribuindo para uma progressão textual fluida e bem elaborada.
Estratégias de Planejamento e Escrita
Leitura e interpretação da proposta
A leitura e interpretação da proposta é o primeiro e mais importante passo para iniciar uma redação dissertativa. Antes de começar a escrever, o autor deve analisar cuidadosamente o tema proposto, identificando as palavras-chave, os aspectos centrais e os limites da discussão. Isso garante que o texto seja relevante e alinhado à proposta, evitando que o autor tangencie ou fuja do tema.
Além disso, a interpretação correta permite compreender os recortes temáticos e os problemas sugeridos. Por exemplo, em uma redação do ENEM, a proposta geralmente apresenta um tema acompanhado de textos de apoio. Esses textos servem como ponto de partida para reflexão, mas o autor deve utilizá-los de forma crítica, sem copiar ou depender exclusivamente deles.
Organização de ideias (esquemas e rascunhos)
A organização de ideias é uma etapa crucial para garantir que a redação tenha uma estrutura clara e bem fundamentada. Antes de redigir o texto final, é recomendável que o autor elabore um esquema ou rascunho, definindo a tese, os argumentos e os exemplos que serão utilizados em cada parágrafo. Esse planejamento evita erros de lógica e facilita a progressão textual.
Os esquemas também ajudam a distribuir as ideias entre as três partes principais da redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. Por exemplo, o autor pode listar os argumentos no rascunho e priorizá-los de acordo com a relevância. Essa organização prévia é fundamental para construir um texto coeso e fluido.
Revisão e reescrita
A revisão e reescrita são etapas indispensáveis para aperfeiçoar a qualidade da redação. Após concluir o texto, o autor deve revisá-lo cuidadosamente, verificando erros gramaticais, coerência textual, adequação à norma culta e relevância dos argumentos. A revisão também permite identificar problemas de clareza ou repetição, corrigindo-os antes da entrega.
Além disso, a reescrita é uma oportunidade para enriquecer o vocabulário e melhorar a estrutura das frases, tornando o texto mais dinâmico e sofisticado. Essa prática não apenas refina o conteúdo, mas também demonstra cuidado e atenção aos detalhes, qualidades valorizadas em avaliações como o ENEM. Uma redação revisada e reescrita tem muito mais chances de alcançar uma alta pontuação.
As pessoas também perguntam
Qual a diferença entre redação dissertativa e narrativa?
A redação dissertativa e a narrativa possuem propósitos e estruturas completamente diferentes. Enquanto a redação dissertativa tem como objetivo principal expor e defender ideias por meio de argumentos e fatos, a narrativa é voltada para contar uma história, com personagens, enredo e acontecimentos que se desenrolam no tempo e espaço.
Na redação dissertativa, o autor assume uma postura objetiva e impessoal, seguindo uma estrutura fixa composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Já na narrativa, a criatividade é mais livre, com foco na construção de eventos e nos elementos de ficção ou realidade que envolvem o leitor em uma história. A diferença crucial está no fato de que a dissertativa busca convencer e informar, enquanto a narrativa busca entreter e emocionar.
Como começar uma redação dissertativa?
Começar uma redação dissertativa pode parecer desafiador, mas o primeiro passo é analisar cuidadosamente a proposta de redação. Identifique o tema central e as palavras-chave que devem ser abordadas, além de delimitar o recorte temático que você irá explorar. Uma introdução bem-feita deve apresentar o tema e a tese de forma clara e objetiva.
Para engajar o leitor desde o início, considere iniciar com uma frase de impacto, uma pergunta retórica ou um dado relevante que contextualize o tema. Após isso, introduza a sua tese, ou seja, o ponto de vista que será defendido no texto. Lembre-se: a introdução é o cartão de visitas da sua redação e deve ser breve e direta, sem antecipar os argumentos que serão detalhados no desenvolvimento.
Quantos parágrafos deve ter uma redação dissertativa?
Uma redação dissertativa geralmente é composta por três a cinco parágrafos, dependendo do limite de linhas estabelecido e da profundidade da argumentação. A estrutura básica inclui: um parágrafo para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão.
Cada parágrafo deve cumprir uma função específica. Na introdução, o autor apresenta o tema e a tese; no desenvolvimento, os argumentos são detalhados, e na conclusão, ocorre a síntese das ideias e, no caso do ENEM, a apresentação de uma proposta de intervenção. É importante garantir que cada parágrafo tenha coesão e contribua para a progressão do texto.
É permitido usar primeira pessoa em redação dissertativa?
A utilização da primeira pessoa em uma redação dissertativa não é recomendada, principalmente em contextos como vestibulares e o ENEM. Esse tipo de texto exige uma postura objetiva e impessoal, priorizando argumentos fundamentados em dados e fatos, e não opiniões pessoais. Em vez de expressões como “eu acho” ou “na minha opinião”, utilize construções como “é evidente que” ou “os dados indicam que”.
Essa regra reforça a credibilidade e a formalidade do texto, características indispensáveis em uma redação dissertativa. No entanto, em situações específicas, como dissertações acadêmicas, a primeira pessoa pode ser utilizada em reflexões ou relatos, desde que a norma do contexto permita.
Como elaborar uma boa tese para redação dissertativa?
Elaborar uma tese clara e bem fundamentada é essencial para uma redação dissertativa de qualidade. A tese é a ideia principal que será defendida ao longo do texto e deve estar diretamente relacionada ao tema proposto. Para construir uma boa tese, reflita sobre a questão central e escolha um ponto de vista que possa ser sustentado com argumentos sólidos.
Uma tese bem formulada deve ser objetiva, específica e alinhada ao recorte temático. Evite teses genéricas ou vagas, pois elas podem prejudicar a argumentação. Por exemplo, ao tratar de um tema como educação, uma boa tese seria: “A falta de investimentos na formação docente compromete a qualidade do ensino público no Brasil.” Essa tese é clara, permite o desenvolvimento de argumentos específicos e demonstra domínio sobre o tema.
